MEC anuncia programa de intercâmbio para negros e indígenas
Brasília - O Ministério da Educação (MEC) anunciou hoje (28) um
programa de intercâmbio voltado para estudantes negros e indígenas do
ensino superior. O Programa de Desenvolvimento Acadêmico Abdias
Nascimento será desenvolvido em parceria com Universidades e
Instituições Comunitárias de Ensino Superior Historicamente Negras nos
Estados Unidos. Parte das bolsas de estudo será oferecida pelo Programa
Ciência sem Fronteiras (CsF) e parte será destinada aos cursos de
humanas.
As Universidades Historicamente Negras foram criadas na década de 60
com a missão de educar negros, sendo abertas, no entanto, a indivíduos
de todas as etnias. Para aderir ao programa, as universidades devem ter
comprovada excelência. São mais de 100 instituições com essas
características nos Estados Unidos.
Segundo Mercadante, 18 reitores estão no Brasil para detalhar o
programa Abdias Nascimento, cujo nome é uma homenagem ao político e
ativista social brasileiro defensor da cultura e igualdade para as
populações afrodescendentes no Brasil. Eles deverão definir quantas
vagas serão ofertadas aos estudantes brasileiros negros e indígenas.
As bolsas ofertadas pelo CsF serão para as áreas prioritárias do
programa, que são ciências exatas (matemática e química), engenharias,
tecnologias e ciências da saúde. Mercadante disse que serão oferecidas
vagas também para a área de humanidades, para a formação de professores,
"o que faz sentido, pela especificidade [do novo programa]", explica.
O coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros, Paulino
Cardoso, diz que o programa é uma ação muito importante para que os
pesquisadores negros deem um salto na educação brasileira. "Hoje o
Brasil, e principalmente aqueles que fazem parte de um grupo dirigente,
dividem-se entre aqueles que têm e aqueles que não têm uma experiência
internacional, sejam eles estudantes de graduação, sejam professores. O
programa vai permitir a intensificação do intercâmbio entre esses
estudantes e da língua inglesa no país".
Mariana Tokarnia
Repórter da Agência Brasil
Edição: Fábio Massalli
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