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Mostrando postagens de setembro, 2013

Preta, Gorda e Lutadora de MMA - Com Viviane Santana

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Meu nome é Viviane Santana, e no mundo das artes márcias, sou conhecida como Vivi Tempestade. Iniciei minhas atividades com dez anos no Karatê estilo Shotokan, onde permaneci por um ano. Sofri muito preconceito por ser a única aluna e por ser gordinha. Depois de sair do Karatê fiquei muitos anos sem praticar qualquer modalidade de luta. Anos mais tarde casei-me e meu marido me apresentou a duas novas modalidades de luta.  A primeira foi a capoeira, e a segunda foi o judô. No judô depois de muita insistência, comecei a praticar com o professor Roberto Mesquita, a quem devo muito, pois eu mesma limitava minhas possibilidades por achar que minha estatura, meu peso seriam meus maiores inimigos, e ele me mostrou que nada seria impossível se eu determinasse um objetivo na minha vida. Anos depois, seguindo meu marido em busca de novos desafios, me matriculei na aula de Muay Thay, e ele ao lado na aula de MMA. Durante os treinos, minhas aulas acabavam uma hora antes da a

Racismo: velho tabu volta a pairar sobre a indústria da moda

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Nova York - Em 1973 foi apresentado no palácio de Versalhes o primeiro desfile com ampla presença de modelos negra e, já nos 80 e 90, Imán Abdulmajid e Naomi Campbell eram as manequins mais bem pagas: por que, então, não se completou a normalização e se continua falando em pleno século 21 de racismo nas passarelas? Há alguns dias, Naomi Campbell, apelidada como a Deusa de Ébano, fechou o desfile de Diane Von Furstenberg na Semana da Moda de Nova York e deixou a concorrência difícil para as demais modelos. Além de sua amizade com o estilista belga, Campbell representou o apelo que Von Fustenberg, como presidente do Conselho de Estilistas de Moda dos Estados Unidos, tinha feito pela diversidade na seleção de modelos há cinco anos e que, nos dias de hoje, continua sem efeito. Apoiada em números da edição anterior da semana de moda nova-iorquina (na qual apenas 6% das modelos foram negras, contra 82,7% de brancas) dias depois, Naomi Campbell,

Racismo. Garota perde o título de miss latino-americana por causa de sua pele negra!

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Jakiyah McKoy, de 7 anos, foi eleita Miss Latino Americana infantil, mas a alegria durou pouco. Ela foi destronada e perdeu por enquanto a coroa por conta da cor de sua pele. Assim que foi divulgada a decisão do  prêmio no concurso também conhecido como Miss Chiquita Delaware, ocorreram vários protestos de alguns participantes. Eles alegaram que McKoy “não foi o melhor representante da beleza latina”. Por quê? Porque sua pele era de uma cor mais escura do que os outros concorrentes , embora os patrocinadores Nuestras Raíces Delaware afirmarem que foi a incapacidade da família da menina em provar o requisito “25 % de herança genética latina” que a fez perder o título. De acordo com os McKoys , um dos avós de Jakiyah era um nativo de La Vega , República Dominicana.  Porém, segundo o jornal El Tiempo Hispano, a presidente do concurso, Maria Parez, afirma que a família não conseguiu provar essa informação. ”Seus pais foram convidados a trazer a documentação . De

Alemanha terá pela primeira vez deputados negros

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Karamba Diaby, um dos deputados negros eleitos no domingo na Alemanha, em uma fotografia de 6 maio de 2013. Foto: John Macdougall/AFP Photo/Arquivo O Bundestag terá pela primeira vez dois deputados negros, eleitos no domingo, o alemão senegalês Karamba Diaby, do Partido Social-Democrata (SPD), e o ator alemão de origem senegalesa Charles M. Huber, dos conservadores (CDU) de Angela Merkel. Karamba Diaby, de 51 anos, foi eleito em Halle (leste), enquanto Huber, de 59, venceu em Darmstadt (sudoeste). "Diaby está muito feliz", declarou à AFP seu porta-voz, Marcus Schlegelmilch, que explicou que o candidato do SPD soube da notícia "por uma ligação telefônica (...) por volta das 22h00" locais (17h00 de Brasília). Em sua conta do Twitter, o social-democrata comemorava na manhã desta segunda-feira sua vitória com uma lacônico "Estou". "Obrigado por sua confiança", podia-se ler na página do Facebook de Huber. "Que

Clubes sociais negros resistem ao tempo para preservar memória afrodescendente no RS

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Na prateleira em madeira rústica, um vidro preserva o estandarte com a imagem do pierrô de fantasia azul e branca. Na parede, um quadro com o Zumbi dos Palmares desenhado à mão. Em cima do armário, toda a coleção de troféus adquiridos nas vitórias do carnaval desde a década de 1920. Este é o Clube Social Negreiro Pelotense Fica Ahi pra ir Dizendo, de onde surgiu a primeira escola de samba do Rio Grande do Sul. A memória da fundação, em 27 de janeiro de 1921, está preservada em painéis nas paredes do salão que até hoje abriga bailes para a comunidade negra da cidade e região. Diretoria do Fica Ahi pra ir dizendo- Foto: Pedro Revillion/ Palácio Piratini O presidente do Clube Fica Ahi, Raul Ferreira, conta que após o sucesso do bloco no carnaval de Pelotas, o grupo decidiu fundar um clube social. “Como não tinham local para a reunião de fundação do clube, colocaram um cidadão na praça em frente à Prefeitura e disseram para ele: ‘fica ai pra ir dizendo onde é a r

Greve dos bancários questiona ausência de negros no setor

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Bancários de todo o país entraram em greve por tempo indeterminado nesta quinta-feira (19). Ampliada para além das questões salariais, a pauta traz uma novidade. Entre as reivindicações está a exigência da contratação de pelo menos 20% de negros e negras. É a primeira vez que a ampliação da diversidade racial aparece como ponto de pauta da categoria. Segundo o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT), Carlos Cordeiro, o baixo número de negros no sistema bancário esteve presente nos debates da categoria no último período. Cordeiro destaca que a desigualdade é ainda maior quando observada a ascensão na categoria profissional. “Raramente você vê um gerente negro e uma mulher negra gerente. E nas questões das direções dos bancos quanto mais você vai subindo na hierarquia do banco você vai vendo a ausência de mulheres e, especialmente, a ausência de negros.” Outro ponto de pauta do movimento de mobilização é em rel

Ex-pantera negra discursa sobre genocídio da juventude e emociona público presente

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  Ericka Huggins passou por duas universidades e estará presente neste sábado (21) na Escola Nacional Florestan Fernandes, em Guararema (SP) José Francisco Neto da Redação* Em ciclo de debates em São Paulo, a ex-militante do partido dos Panteras Negras (Black Panthers), Ericka Huggins, estará neste sábado (21) na Escola Nacional Florestan Fernandes, em Guararema, interior paulista. A ex-black panthers já proferiu palestras na Universidade de São Paulo (USP), na terça-feira (17), e na Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), na quarta (18). Nas universidades em que esteve presente, Ericka falou sobre o genocídio da juventude negra da periferia, os sacrifícios que os negros passam para entrar nas universidades públicas e sobre as perseguições às religiões de matrizes africanas. Explanou também sobre o machismo, que sempre esteve presente na época do partido, mas que os homens o combatiam diariamente. “Mulheres pegavam em armas e homens trocavam as fra

Ator Érico Brás leva o debate racial para o YouTube

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Por: Maíra Azevedo Uma discussão familiar sobre a presença do negro na mídia. Este foi o estopim para que o ator Érico Brás, 34, o Jurandir da série Tapas e Beijos, decidisse criar um canal no YouTube recriando  versões de grandes peças publicitárias veiculadas na tv. Mas, dessa vez, com personagens negros protagonizando. Assim surgia o Tá Bom pra Você? .  "A Gabriela (enteada do ator) começou  a questionar a participação do negro na mídia em geral. Indicamos para ela ler o livro Um Defeito de Cor (Ana Maria Gonçalves, Editora Record). Mas ela continuou fazendo perguntas. Queria saber porque os assuntos sobre negritude, que são discutidos em casa, não são realizados também na escola. Então decidimos criar o canal para mostrar o outro lado da moeda", conta Brás.  A produção dos vídeos também passou a ser uma atividade familiar. Os textos são produzidos, dirigidos e protagonizados pela esposa de Érico, a atriz e produtora Kênia Dias, 36, e seu

A presença negra nas artes é tema de debates em São Paulo

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As atividades estão na programação alusiva ao Palmares 25 Anos, e vão discutir as perspectivas sobre a presença negra paulistana no fazer cultural Discussões sobre os espaços atualmente ocupados pelos negros e negras representam uma forma eficaz de identificar as necessidades reais dessa população. Para tanto a Representação Regional da Fundação Cultural Palmares – MinC (FCP), em São Paulo, promove uma série de debates que vai discutir a presença negra no teatro, na literatura e no fazer intelectual, nos dias 19, 20 e 26 de setembro, no Auditório MinC, Alameda Nothmann, 1058, Campos Elísios, sempre às 19 horas. As atividades fazem parte do Palmares 25 Anos e contam ainda com debates sobre mídia e relações raciais, as séries “Olhares de Dentro” e “Territórios Negros na Urbes Paulistana”. Cidinha da Silva, representante da FCP no estado, e idealizadora das ações, conta que esses temas foram escolhidos como resposta às demandas apresentadas pelos agentes culturais negros nas reun

100% negro e o suposto racismo ao contrário

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Depois de participar de infinitas conversas, debates, quase brigas acerca desse tema, cheguei a algumas conclusões. Afinal, por menos que eu concorde, a opinião dos outros não deve ser totalmente ignorada. E foi pensando nessas opiniões que surgiu esse texto. Por Mayara Nicolau*, no site Blogueiras Negras Sabe por quê eu posso usar uma camisa 100% negro e você não pode usar uma camisa 100% branco? Porque essa afirmação não é sobre você! Você que tanto se orgulha de ser 100% branco não precisa se assumir assim diante da sociedade, pois ela é 100% branca e hétero. Quando EU uso o 100%, eu estou dando a cara pra sua sociedade me bater, e quando eu digo bater não é no sentido figurado não. Já ouvimos incontáveis casos de negros que apanham e sofrem outros tipos de violência na rua simplesmente por estarem ali sendo negros e pobres e mendigos. O 100% negro não deveria te incomodar em nada, já que no seu modo de ver, no mundo não existe esse tipo de preconceito

Movimento tenta derrubar liminar na Justiça e promete protesto contra comércio no Dia da Consciência Negra em Londrina

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F altando dois meses para o Dia da Consciência Negra, comemorado no dia 20 de novembro, o movimento negro já se mobiliza para a data e tenta derrubar na Justiça a liminar concedida ao Sindicato do Comércio Varejista de Londrina (Sincoval) que permite a abertura do comércio. Dia da Consciência Negra é comemorado na data da morte de Zumbi dos Palmares O presidente do Fórum das Entidades Negras de Londrina (Fenel), Edmundo Novaes, informou que hoje correm três ações tentando derrubar a liminar dada pela 1ª Vara da Fazenda Pública. Prefeitura de Londrina, Conselho de Promoção da Igualdade Racial e Sindicato dos Trabalhadores no Comércio (Sindecolon) entraram com recursos. Caso a briga judicial não tenha o resultado pretendido, o movimento negro fará uma mobilização em frente às lojas, pedindo respeito à data. "Vamos parar em frente e gritar palavras de ordem, no sentido de que possam fechar a loja, pela memória da comunidade negra de Londrina e do Brasil

James Meredith

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De ascendência  afro-americana , Meredith alistou-se na  Força Aérea dos Estados Unidos  logo após terminar o curso colegial e serviu entre  1951  e 1960 . Após a carreira militar, se inscreveu por duas vezes para cursar a  Universidade do Mississippi  mas teve seu pedido negado em ambas, devido à política racial segregacionista vigente nos estados sulistas, notadamente no  Mississipi . Em  1 de outubro  de  1962 , ele tornou-se o primeiro estudante negro da Universidade do Mississipi, após ter seu ingresso barrado em  20 de setembro pelo  governador  do estado e pela  Guarda Nacional , desafiando a ordem da  justiça   federal , que garantia seu ingresso na universidade. O desafio do governo estadual do Mississipi à justiça federal, causou a ocupação da universidade por agentes federais enviados por  Washington  para garantir o ingresso de Meredith e zelar por sua segurança física no  campus . A medida acabou causando uma verdadeira  batalha  campal entre estudantes e p

“Racismo é um fenômeno mundial”, afirma Sílvio Humberto na Colômbia

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Participando   da III Cumbre Mundial de Alcaldes Y Mandatarios africanos y afrodescendentes, que acontece na Colômbia, entre os dias 12 e 18 de setembro, o vereador Sílvio Humberto (PSB), afirmou que o racismo continua a ser um fenômeno mundial. De acordo com o edil, a discriminação racial impede o desenvolvimento pleno das potencialidades humanas e especialmente da população negra . “Estamos na Colômbia e aqui podemos perceber uma naturalização do preconceito em relação aos negros colombianos e a região onde eles habitam que é o Pacifico. O que muito se assemelha ao racismo brasileiro . O fato desse encontro internacional ser realizado aqui , trazendo autoridades e personalidades do mundo afro, fortalece os afro colombianos. É uma estratégia panafricana, estamos nos utilizando da rede internacional para fortalecer o local”, explica o vereador. A III Cumbre Mundial de Alcaldes Y Mandatarios africanos y afrodescendentes é organizado pela Associação Nacional de

Violência Doméstica e Mulher Negra: Especificidades de uma Realidade

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Vivemos em uma época de muitos “modismos” acadêmicos e sociais. Ouvimos falar de vários assuntos, situações, polêmicas e problemas que acometem nossa população, mas em muitos casos isso aparece de forma generalista sem considerar que vivemos numa sociedade “multifacetada”, “pluralista” em sua composição. Quando falamos em qualquer situação precisamos entender que “tal situação” tem “cor”, “idade”, gênero” e espaço. Não podemos discutir a violência contra a mulher sem levar em consideração que mulheres negras têm uma construção histórica, vivem sob determinadas condições objetivas diferentes e específicas. Devemos analisar não somente a perspectiva de que a sociedade brasileira é de base patriarcal, mas que também se forjou a partir do racismo.  Dados da DEAM-MG nos revela que 65 % das atendidas em caso de violência doméstica são mulheres declaradamente negras, isso se deve ao fato não somente do recorte racial na classe popular, mas nos revela que as mulheres negras