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Mostrando postagens de novembro, 2013

A Pretinha e o Pretinho

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Por  Taís Espírito Santo, para a  +Preta Gorda   A pretinha, desde quando era pequenininha, seu papai dizia: “ Pretinha, pretinha. Temos que nos valorizar, muita gente não vai gostar de você por causa da cor da sua pele, seu cabelo, seus traços... Mas você é linda”. E pretinha sempre falava: Papai, eu sou linda mesmo, hoje na escola elogiaram meu cabelo, falaram que eu fico linda com tranças!  E assim, Pretinha cresceu. Seus pais sempre mostraram que negro é lindo, sempre ensinaram a Pretinha ter valor da sua origem, da sua gente, da sua cor. E, inclusive, o melhor seria que ela se casasse com um homem negro, para assim a família ficar toda unida, forte, e nada melhor do que um igual para fortalecer juntos o laço, a herança, a cultura e a história... E Pretinha virou mulher, estudou, namorou alguns rapazes, amou. Pretinha muitas vezes ouvia aquela história: “Ai, você está louca? Casar com um homem preto, e o cabelo do seu filho? Ela vai sempre ter esse cabelo ruim?; Ai, c

Consciência 100% Negra

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Por: Fernando Garcia, para  +Preta Gorda   Lembro de ser adolescente infanto-nerd-juvenil, em meados dos anos ‘90s, na Pavuna (bairro de subúrbio do Rio de Janeiro) e ter visto um jovem com uma camisa preta trazendo os dizeres ‘100% negro’. À época, um colega (negro) se mostrou ferrenho defensor – mesmo que seus argumentos esbarrassem na forma passional com que defendia – da temática. Principalmente diante da maioria branca da escola particular onde estudávamos. Confesso que, até então, eu não tinha parado pra pensar – muito menos ler – sobre as implicações de se considerar ou se assumir 100% negro. O comentário mais comum que eu ouvia era de que aquilo era “racismo ao contrário”, porque, porque se um branco usasse ‘100% branco’, seria criticado ezzzZZZZZZZZ. Tenho sono desse discurso vazio e infantilóide. Oras, amigos, é só ler por alto, internet afora, pra entender que racismo não é a mera diferenciação de cores, traços físicos e etnias. Talvez por trazer esse ranço

Enquanto isso, no Esquenta...

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Papo Reto.  Por Alê de Mattos, para  +Preta Gorda   Só de início, compartilho a chamada do vídeo que foi publicado pela página da emissora. Sente o drama: Esquenta! faz festa em comemoração ao Dia da Consciência Negra http://globotv.globo.com/rede-globo/esquenta/v/esquenta-faz-festa-em-comemoracao-ao-dia-da-consciencia-negra/2961033/ Pergunte-se: Comemoramos o quê? Ande se encontra contextualização histórica na produção desse lixo, para agregar a palavra COMEMORAÇÃO a uma data simbólica que marca a morte do nosso líder Zumbi dos Palmares? Eu, como mulher preta não observo o Novembro Negro, tampouco o 20 de Novembro como uma data comemorativa. Não tenho o que comemorar com meu líder morto. Não temos o que comemorar. É mês de reivindicação, de luta, de ampliar os horizontes culturais acerca de África, de gritar os nossos mortos, gritar todo sangue derramado pelo racismo, instituído neste país. Douglas Rodrigues, de 17 anos. Morto por um PM  no dia 27 de outubro de 2013. “P

Carta aberta ao Racismo Velado.

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Por Fernando Garcia, do blog Divagar é preciso ( http://garciarama.blogspot.com.br/ ) e  Alessandra de Mattos, do blog Preta&Gorda ( http://pretaegorda.blogspot.com/ ) . Atualmente, o negro, assim como outros grupos estigmatizados e estereotipados, pela sociedade, elite e mídia, aprendeu a ter consciência de seu direito ao respeito incondicional – até que se prove o contrário, claro. Isso assusta os reacionários que estavam acostumados a fazer suas “piadas” ridicularizando boa parte – maioria, na verdade – da população. É quando os sem talento alegam ‘censura’, ‘politicamente correto’ e outras formas de desqualificar a luta por respeito, como se o que tivéssemos até hoje já fosse uma beleza de igualdade e diversidade. Não, não para nós, só para eles, que nunca foram discriminados, inferiorizados e ridicularizados. Pra descendentes de um povo que saiu das senzalas direto para os cortiços e favelas, não é engraçado ser tratado como um tipo exótico, subserviente e

Racismo no Facebook

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Por Silvia Nascimento, jornalista do Site Mundo Negro, para  +Preta Gorda   Está por todo lado. Em formato de foto, atualização de status, perfis pessoais e até páginas. O racismo no Facebook é uma realidade crescente e ele  sai na frente em número de denúncias passando à frente de crimes como pornografia infantil, intolerância religiosa, incitação à crimes contra vida, xenofobia  entre outros. Indicadores da Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos (CND, divulgados pela Safernet Brasil,  apontam um crescimento de 264,50% de 2011 para 2012 de crimes na rede social, 5.012 dessas denúncias, tratam-se  de crimes de racismo. A certeza de impunidade é um dos fatores que levam essas páginas crescerem mais a cada dia. “É frustrante quando a gente denuncia uma foto e o Facebook simplesmente não vê como racismo. Eu já denunciei umas 15 e até hoje nenhuma foi removida”, lamenta a estudante de Administração Juliana Almeida.  E a frustração dela parece ser a reclamação

Após acusação de racismo, Fashion Rio pedirá mais negros na passarela

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O Fashion Rio e representantes da ONG Educafro assinaram, nesta terça-feira (5), termo de compromisso para garantir a presença de modelos negros na semana de moda carioca, após reunião de duas horas e meia, na sede da Defensoria Pública, no centro do Rio. O termo foi firmado após denúncia encaminhada à Defensoria Pública pela ONG de que os modelos estavam sendo rejeitados na seleção para os desfiles das grifes que se apresentam entre esta quarta e o sábado no Píer Mauá, região portuária da capital fluminense, onde é realizada a temporada Inverno 2014 do evento. Participaram do encontro representantes da ONG, da Coordenadoria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Prefeitura do Rio (Ceppir), o deputado estadual Gilberto Palmares (PT) e a gerente do departamento jurídico da Luminosidade, Verbana Maciel. Na reunião, foi acordado que a Luminosidade, empresa responsável pela organização das semanas de moda do Rio e de São Paulo, irá encaminhar às

Negros fazem ato pedindo mais espaço em desfiles de moda no Rio

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Por:  PEDRO DINIZ Segundo a empresa que controla as semanas de moda, um relatório com o resultado prático dessa recomendação, que será enviada às grifes, será feito após o término do evento. A depender de levantamento sobre a inclusão dos negros no casting, um TAC (Termo de Ajuste de Conduta) poderá ser assinado para a próxima edição do Fashion Rio. Um TAC similar, firmado pela empresa organizadora da São Paulo Fashion Week, em 2008, a pedido do Ministério Público, expirou em dezembro do ano passado. Na edição de inverno 2014 da SPFW, que terminou na semana passada, era visível a falta de negros nas passarelas. PADRÃO EUROPEU Durante o ato de ontem, dentro de uma das salas do Píer Mauá acontecia o desfile da estilista Patricia Viera. Entre as 30 modelos que desfilaram, apenas cinco eram negras. "As passarelas não refletem a realidade sobre o Brasil, onde mais da metade da população é afrodescendente", diz Leonidas Lopes, diretor do grupo