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Mostrando postagens de setembro, 2014

Alisando o Nosso Cabelo, por Bell Hooks

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Apesar das diversas mudanças na política racial, às mulheres negras continuam obcecadas com os seus cabelos, e o alisamento ainda é considerado um assunto sério. Insistem em se aproveitar da insegurança que nós mulheres negras sentimos com respeito a nosso valor na sociedade de supremacia branca! Nas manhãs de sábado, nos reuníamos na cozinha para arrumar o cabelo, quer dizer, para alisar os nossos cabelos. Os cheiros de óleo e cabelo queimado misturavam-se com os aromas dos nossos corpos acabados de tomar banho e o perfume do peixe frito. Não íamos ao salão de beleza. Minha mãe arrumava os nossos cabelos. Seis filhas: não havia a possibilidade de pagar cabeleireira. Naqueles dias, esse processo de alisar o cabelo das mulheres negras com pente quente (inventado por Madame C. J. Waler) não estava associado na minha mente ao esforço de parecermos brancas, de colocar em prática os padrões de beleza estabelecidos pela supremacia branca. Estava associado somente ao rito de inici

Aumenta o número de notificações de racismo no Judiciário

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Em apenas uma semana, o Núcleo de Enfrentamento à Discriminação do MPDFT formalizou nove denúncias por ofensas e agressões a negros. Desde o início deste ano, foram 31 ações judiciais, quase o dobro do total de 2013. Em julho último, Elissandra Rosa foi vítima de agressões verbais por um cliente quando trabalhava em um quiosque na Cidade Estrutural. Foto: Gustavo Moreno/CB/D.A. Press   O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) denunciou, desde a última quarta-feira até ontem, nove pessoas por racismo ou injúria racial. Os casos ocorreram em diversas cidades do DF e de formas diferentes. Em um deles, a agressora chamou a vizinha, uma mulher idosa, de macaca e outros xingamentos. Em várias situações, as vítimas foram agredidas enquanto trabalhavam. Somente este ano, o MPDFT formalizou 31 denúncias pelos dois crimes. O número é quase o dobro de 2013, quando ocorreram 16 denúncias. Para as vítimas, o mais importante é que o agressor seja punido. Responsável

Idosa é detida após racismo em Vitória da Conquista: “Só podia ser preto”

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Ela foi encaminhada ao Distrito Integrado de Segurança Pública (Disep) e solta após pagamento de fiança   Uma idosa se envolveu em uma briga de trânsito em Vitória da Conquista e foi detida após ser acusada de racismo. Identificada como Vera Lúcia, 61 anos, ela ofendeu o gerente de vendas Tainã Carvalho, 23 anos. Segundo o Distrito Integrado de Segurança Pública (Disep) de Vitória da Conquista, Tainã pediu que a idosa retirasse o veículo da frente do seu, porque estava atrapalhando sua saída, quando Vera Lúcia surpreendeu e falou: “Só podia ser preto”. Depois da chegada de uma equipe da Polícia Militar, ela foi encaminhada ao Disep, onde foi feito o auto de prisão em flagrante por crime de injúria racial, mas liberada após pagar a fiança de R$1,5 mil – eles foram ouvidos pelo Delegado que cuida do caso. Varela

Conheça Movimento&Mídia!!!

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Movimento&Mídia é uma  Agência de Comunicação especializada em planejamento de comunicação e estratégias de marketing digital, promoção de eventos, produção de conteúdo textual para web sites,r edes sociais e fan pages  que utiliza ferramentas inspiradas na tradição da oralidade, aliada a tecnologia web e no mailling list da gestora Adriana Baptista, Jornalista/ Publicitária/Produtora e  Ativista dos Movimentos Sociais. Adriana Baptista é graduada em Comunicação Social, com  mais de 25 anos de experiência em empresas de comunicação, marketing, educação e empreendimentos sociais.  Iniciou a carreira profissional em 1988 na Agência de Publicidade do Grupo Mesbla, a Provarejo,  passando pela agência Contemporânea, GStaff, O Globo, entre outras , até fundar Movimento&Mídia. Trabalhos realizados  a destacar: ·         Assessoria de Comunicação do evento HERANÇA AFRICANA- Intervenções urbanas a caminho do porto , realizado pelo Centro Afro Carioca de Cinema (MAIO/2

Sexo e as Negas - A conexão perversa entre o estereótipo e o racismo

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Por: Fabíola Oliveira. Fabíola Oliveira  é Pedagoga,  Diretora de criação na empresa  Colares D'Odarah ,  e faz parte do  Coletivo Meninas Black Power. Venho acompanhando o susto que a comunidade preta tomou com o anúncio do lançamento da série Sexo e as Negas, de Miguel Falabella (aquele do personagem loiro, alto e nórdico que odeia pobre!). Mais uma vez veremos a televisão desempenhando sua função perversa e abjeta de desqualificar e desprestigiar as manifestações próprias d a nossa negritude. Mais uma vez veremos protagonistas pretas sem protagonismo, ainda que a turma do "somos todos macacos" diga que estamos exagerando... Mas, antes de pensar sobre a narrativa propriamente dita de Sexo e as Negas, me peguei pensando no título da trama. Dentre as tantas perguntas que fiz, a que mais me instiga é: qual a relação que existe entre as palavras Sexo e Negas? Cheguei em alguns pontos: - Estupro: mulheres pretas eram violentadas por seus carrascos