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Mostrando postagens de maio, 2015

Quando parei de mandar beijos

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Por: Taís Espírito Santo Num dia qualquer uma pessoa me mandou beijos e eu retribui com um aceno e um sorriso meio amarelado; em outra ocasião aconteceu uma cena parecida: despedindo de uma amiga, ela me manda um beijo de longe e eu retribuo do mesmo jeito, um aceno meio sem jeito e um sorriso mais sem graça ainda. Isso me soou tão nada a ver tão sem lógica. Ao mesmo tempo em que eu queria retribuir o beijo eu não conseguia. Parecia que alguma coisa em mim travava e reparei que fazia e faço isso sempre. Estou lendo um livro que fala sobre os traumas, os acontecimentos de infância que nos fazem serem os adultos de hoje, aproveitei o ensejo e essa memória recente desses fatos corriqueiros para praticar esse exercício. Pensei, analisei, tentei recordar a minha relação com meus amigos da escola, minha família, enfim tudo. Queria porque queria responder a uma pergunta que estava me rondando: quando parei de mandar beijos? Simples assim. Sabe quando uma pessoa manda beijo pelo

Eu, homem preto e meu cabelo crespo.

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Por: Andresso Agostine. De uns tempos para cá eu comecei a me questionar, o por que quando eu era criança eu tinha que cortar meu cabelo? Por que eu nunca pude usar ele da forma natural? Eu lembro que quando criança toda vez que era época de cortar o cabelo e minha mãe me levava para o barbeiro, eu chorava, chorava mais ainda quando o cara começava a passar a   máquina na minha cabeça, mas não era um choro de dor, mas sim um choro de incomodo. Eu como um garoto preto e morador da favela, sempre via muitos meninos negros nas mesmas condições que eu, e com isso a minha vontade de não cortar o cabelo cada dia mais aumentava. Os anos se passaram eu cresci, mas aquela coisa imposta na minha vida ainda permaneceu, para que eu pudesse me sentir bem, bonito e aceitável para a sociedade eu tinha que cortar o meu cabelo e fazer a minha barba. De repente eu me questionei: Por que em uma entrevista de emprego onde tem um homem negro e um branco lutando pela mesma vaga o homem branco pode

O padrão estético de beleza como ferramenta racista.

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Por: Alê de Mattos, da Preta&Gorda. Olho pra trás, minha infância e adolescência e parece que revivo o drama de ser uma menina preta, de cabelos crespos, com corpo cheio de formas e curvas, que não se via nem na TV, muito menos na sociedade da qual fazia parte. Olho minhas fotos dessas épocas e percebo o quão cruéis as pessoas são e de como esse sistema branco com seus padrões e medidas perfeitas, nos distancia de nossa autoestima. Eu não era gorda. Nunca fui. Hoje sou, mas não era. Mas me via como se de fato fosse o tal mostro que todos diziam que eu era.  Essa sensação era somente minha. Guardava pra mim. Mas ao mesmo tempo, era muito complicado perceber que meu cabelo jamais seria tão lisinho como o da Xuxa e das Paquitas e que meu corpo jamais seria esguio o suficiente para parar de ser olhada e analisada tão agressivamente pelas pessoas.  Compreendemos perfeitamente que hoje, em pleno 2015, ainda sobrevivemos a práticas genocidas de uma supremacia branca, qu