Negros fazem ato pedindo mais espaço em desfiles de moda no Rio

Por: PEDRO DINIZ



Segundo a empresa que controla as semanas de moda, um relatório com o resultado prático dessa recomendação, que será enviada às grifes, será feito após o término do evento. A depender de levantamento sobre a inclusão dos negros no casting, um TAC (Termo de Ajuste de Conduta) poderá ser assinado para a próxima edição do Fashion Rio.

Um TAC similar, firmado pela empresa organizadora da São Paulo Fashion Week, em 2008, a pedido do Ministério Público, expirou em dezembro do ano passado. Na edição de inverno 2014 da SPFW, que terminou na semana passada, era visível a falta de negros nas passarelas.

PADRÃO EUROPEU

Durante o ato de ontem, dentro de uma das salas do Píer Mauá acontecia o desfile da estilista Patricia Viera. Entre as 30 modelos que desfilaram, apenas cinco eram negras.

"As passarelas não refletem a realidade sobre o Brasil, onde mais da metade da população é afrodescendente", diz Leonidas Lopes, diretor do grupo de atores Palco dos Mil Sonhos, que, junto à ONG Educafro, organizou o ato no Fashion Rio.

De acordo com ele, após a assinatura do termo de compromisso, um grupo de meninas negras foi chamado às pressas pela Luminosidade para participar do casting dos desfiles. "Algumas não aceitaram, porque ficou claro que antes da assinatura do termo de compromisso não havia a intenção de colocá-las na passarela", afirma Lopes.


"A desculpa das marcas é sempre que 'não nos encaixamos no perfil da coleção'", diz a modelo Juliete Souz, 20, que participou do ato em frente ao Fashion Rio. "Os estilistas querem reproduzir no Brasil um padrão de beleza europeu, com meninas brancas, retas e de cabelos lisos." 

Folha

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