Racismo desumaniza mortes de negros no Brasil, diz ministra
Ministra da Seppir, Luiza Bairros, diz que sociedade não deve tratar com naturalidade mortes de jovens negros, que aumentaram 9% nos últimos anos.
Rio de Janeiro - A ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da
Igualdade Racial (Seppir), Luiza Bairros, disse hoje (13) que a
sociedade não pode tratar com naturalidade o grande número de mortes de
jovens negros no
país. Dados publicados pela Agência Brasil em julho deste ano mostram
que de 2006 a 2011 a taxa de homicídios de negros aumentou 9%, ao mesmo
tempo em que a taxa entre os brancos caiu 13%.
Do total de homicídios cometidos no Brasil em 2011, mais de um terço
teve como vítimas jovens negros. “Não podemos mais naturalizar essas
mortes. Elas têm que ser investigadas, têm que ser punidas. As famílias
das vítimas têm que ser mobilizadas no sentido de cobrar cada vez mais
do setor público”, disse a ministra, em entrevista à Agência Brasil, no
lançamento do programa de capacitação da Petrobras (BR) Distribuidora.
Cerca de 26 mil frentistas que trabalham em 4 mil postos de combustíveis
serão capacitados para lidar com questões raciais.
Segundo a ministra, “é um paradoxo se ter uma violência letal tão
grande entre negros”, ao mesmo tempo em que são instituídas várias ações
afirmativas para essa população. “Só podemos atribuir isso à
permanência do racismo como um fator de desumanização das pessoas
negras, fazendo com que a vida de um jovem negro apareça como tendo um
valor tão pequeno já que ela está sendo desperdiçada em tão grandes
números.”
De acordo com os dados, obtidos junto ao Sistema de Informações sobre
Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, dos 52.198 homicídios
ocorridos no Brasil em 2011, 18.387 tiveram como vítimas homens negros
entre 15 e 29 anos, ou seja, 35,2% do total.
Fonte: Exame.com
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