Bahia lança Rede de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa
Por Daiane Souza
Foi lançada nesta terça-feira (18), em Salvador,
a Rede de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa. Criada pela Secretaria
de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), a rede tem como objetivo tornar
públicos casos de racismo e intolerância religiosa, além de oferecer suporte
jurídico às vítimas. Para a iniciativa, que é inédita no Brasil, foram
investidos 1,5 milhão.
O centro integrado formado por representantes de
20 entidades do poder público e da sociedade civil vai funcionar na Avenida
Sete de Setembro, no Prédio da Fundação Pedro Calmon, no centro da cidade. As
denúncias serão ouvidas e encaminhadas pelos representantes aos órgãos e
entidades que trabalham no combate à discriminação racial como delegacias,
Ministério Público e órgãos federais.
A Rede de Combate ao Racismo e à Intolerância
Religiosa terá um centro de referência e entre as ações a serem desenvolvidas
estão o fortalecimento das organizações da sociedade civil que prestam serviços
de atendimento e acompanhamento às pessoas; integração e compartilhamento de
banco de dados das organizações articuladas para recebimento de denúncias;
acompanhamento de casos e divulgação de informações sobre racismo e
intolerância.
Outra proposta do centro de referência é
proporcionar o estímulo à produção acadêmica além da formação de agentes
multiplicadores do conhecimento sobre legislação antirracista e
anti-intolerância religiosa, garantindo a promoção da igualdade racial e os
direitos da população negra.
Da formalização da Rede que aconteceu no Centro
Administrativo da Bahia (CAB), participaram o secretário estadual de Promoção
da Igualdade Racial, Elias Sampaio, o governador local Jaques Wagner, a
ministra de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Bairros e o deputado federal
Luiz Alberto (PT/BA). A ministra ressaltou que a Rede criada na Bahia servirá
de norte inclusive para o sistema nacional que está sendo montado.
“O papel de fazer acontecer, o direito de uma
vida livre do racismo é um dever de muitas redes”, salientou Luiza. Ela ainda
criticou a “musculatura”, que os órgãos públicos de combate ao racismo possuem
no país, afirmando que os orçamentos ainda são baixos.
Já o governador Jaques Wagner lembrou que tudo que se faz nessa área ainda parece pouco. “Enquanto houver a intolerância racial ou religiosa significa que não conseguimos chegar a lugar algum. Construir hospitais, estradas é fácil. Mas mexer na cabeça das pessoas seguramente é a tarefa mais difícil”, criticou.
Fonte: Fundação Palmares.
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