Alunos acusam universidade de racismo em questionário - 'Você concorda que a qualidade dos cursos será prejudicada com a entrada de negros?', pergunta a Uece
Uma pergunta
em um questionário socioeconômico está rendendo acusações de racismo
contra a Universidade Estadual do Ceará (Uece). O Censo Discente 2013,
elaborado pela Procuradoria Educacional Institucional da instituição,
tem uma seção de questões sobre cotas raciais. E uma delas é: "Você
concorda que a qualidade dos cursos será prejudicada com a entrada de
alunos negros?"
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NÃO NOS CALAREMOS! |
Vários estudantes se manifestaram nas redes
sociais protestando contra o questionário e a universidade. "Racismo é
crime!", escreveu o aluno Tiago Régis. "Mente conservadora, colonial,
elitista e segregacionista", comentou outro estudante. Até as 12h de
ontem, as mensagens tiveram mais de 200 compartilhamentos.
Em
resposta, a Uece publicou uma nota de esclarecimento em sua página no
Facebook. A instituição afirma que as questões, que pretendiam levantar o
perfil dos 18 mil estudantes, "têm o propósito de captar a compreensão
dos alunos da Uece quanto aos argumentos que norteiam sua opinião
eventualmente favorável ou desfavorável ao sistema de cotas nas
universidades". O comunicado acrescenta que as perguntas "devem ser
instigantes, para que as posições sejam percebidas com clareza".
Ainda assim, os estudantes dizem que a nota "não convence" e que a pergunta sobre as cotas é preconceituosa.
A
assessoria de imprensa informou que "não ficou bem entendida a pergunta
para os alunos". "Ninguém teve intenção de afetar ninguém com os
questionamentos. Inclusive, uma das pessoas que elaboraram a pergunta é
professora doutora da universidade e negra."
A professora em
questão é Zelma Madeira, coordenadora de Célula de Ação Afirmativa da
Uece. "Sou do movimento negro, sou negra e favorável às cotas. Estamos
tranquilos com o teor da pesquisa", disse. "Queríamos saber os
argumentos dos alunos, se são favoráveis ou não às cotas. A intenção da
pesquisa foi a de captar as opiniões e entender o que os 18 mil alunos
compreendem sobre o sistema", explicou Zelma.
Fonte: Estadão/MSN
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