Produtores negros querem mais recursos





Para a ministra Marta Suplicy, não é possível destinar 40% dos recursos MinC para cultura negra


Na última terça-feira, a ministra da Cultura, Marta Suplicy, participou de um encontro histórico com cerca de 250 produtores culturais negros de todo país, no Auditório do CCBB, no Rio de Janeiro. O encontro, organizado pelo Movimento Akoben, tornou possível um estreitamento entre os criadores e o governo, para mostrar demandas urgentes do setor, com destaque para os desafios relacionados à captação de recursos para as artes e culturas negras.

Mais recursos para arte negra - Rodrigo Santos, ator, produtor e membro do Akoben, apresentaram o documento que solicitou mais recursos para a produção negra e mais atenção do Estado para as questões relacionadas. A carta pediu que 40% do orçamento do MinC seja destinado à produção cultural afro-brasileira. “Queremos colaborar com o Ministério para implantar uma política cultural de Estado que seja verdadeiramente inclusiva e democrática”.

Artistas e criadores também valorizaram a criação dos editais para produtores, criadores e pesquisadores negros do MINC/SEPPIR, ocorrido no fim de 2012, principalmente por considerarem que os certames representam uma resposta para a demanda do Movimento Negro Brasileiro por mais recursos para a criação cultural e artística negra brasileira.

Mais patrocínio estatal - Também foi proposto pelos criadores negros uma conversa entre o MinC e as empresas estatais que realizam projetos de apoio para a atividade cultural. A ideia é levar para esses organismos a necessidade de especialistas em arte negra nas comissões julgadoras dos concursos, a fim de contemplar as especificidades das produções afro-brasileiras nas premiações.

Para a ministra Marta Suplicy, não é possível destinar 40% dos recursos MinC para cultura negra. Entretanto, ela se dispôs a conversar com as estatais sobre a possibilidade de estabelecer cotas raciais nos projetos destinados ao fomento cultural. “Vamos mapear todas as áreas culturais que são patrocinadas, analisar todos os projetos. É possível ter uma política de Estado de Cultura, com o apoio das estatais, com cotas para projetos negros”, disse.

O presidente da Fundação Cultural Palmares, Hílton Cobra, mediou o debate, que também contou com as presenças de Mãe Beata, dos atores e atrizes Milton Goncalves, Fabrício de Oliveira, Antônio Pitanga, Jorge Washington, Léa Garcia, Fernanda Júlia, Antônio Pompeu, do cantor Carlinhos Brown, de Eliza Lakin, do cineasta Jeferson Dê, do diretor teatral Amir Haddad, do deputado federal Edson Santos, do presidente do Bloco Olodum, João Jorge, do cantor e secretário de Cultura da Paraíba, Chico Cesar, Vovô do Ilê, de Biza Viana entre outros. (Com Assessoria MinC).


Diário de Cuiabá

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