EUA: líderes da comunidade negra celebram legado de Martin Luther King
Evento em Atlanta, nos Estados Unidos, marca os 50 anos do discurso de Luther King sobre a igualdade racial e de oportunidades
Líderes da comunidade negra em Atlanta, nos Estados
Unidos, celebram neste sábado os 50 anos da "Marcha de Washington" e do
histórico discurso do ícone do movimento dos direitos civis, Martin
Luther King Jr., ao lembrar que a luta pela igualdade das minorias
continua nos Estados Unidos.
Foi nessa marcha, diante de mais de 250 mil pessoas, em
frente ao monumento a Lincoln e sob o lema "Trabalhos e Liberdade", em
28 de agosto de 1963, que King fez o histórico discurso "Tenho um Sonho"
sobre a igualdade racial e de oportunidades.
A luta pelos direitos civis é muito relevante agora
porque o doutor King foi pioneiro no uso da não violência como veículo
da mudança social
Essa manifestação, realizada no auge da luta pelos
direitos civis dos negros e contra da segregação racial
institucionalizada, exigia o acesso "pleno e justo" ao direito ao voto,
empregos, casa e a educação integrada.
O Centro King em Atlanta, o maior arquivo mundial de
arquivos sobre a vida e obra de Luther King e do movimento dos direitos
civis, inaugurou neste sábado a "Exposição Global pela Liberdade" para
celebrar seu legado e, sobretudo, fazer um chamado para que a luta pela
justiça social continue.
"Estamos realizando este programa hoje em Atlanta porque
é a comunidade na qual nasceu e cresceu Martin Luther King, e onde está
enterrado e porque muitas pessoas não poderão assistir aos atos
oficiais em Washington", disse em entrevista Steve Klein, diretor de
comunicações do Centro King.
"A luta pelos direitos civis é muito relevante agora
porque o doutor King foi pioneiro no uso da não violência como veículo
da mudança social, começando pelo boicote dos ônibus em Montgomery
(Alabama) na década de 1950", ressaltou Klein.
"Muitos grupos defensores dos direitos humanos, dos
imigrantes e dos latinos adaptaram as doutrinas de King", acrescentou.
King e outros líderes da época desfraldaram a causa da justiça social,
optando pela via pacífica para combater leis que segregavam brancos e
negros nas escolas, cafeterias e restaurantes, ônibus, alojamentos e
demais lugares públicos.
Segundo Klein, embora essa luta tenha produzido um
grande avanço social para as minorias, "ainda há muito por fazer" e as
comunidades negra e latina e demais grupos étnicos "devem se unir para
repelir leis repressivas que assediam as minorias e buscam suprimir seu
voto".
"Ao celebrar o 50º aniversário do discurso, devemos
lembrar que Luther King lutou até seus últimos dias de vida e que as
minorias e também os brancos oprimidos tem que criar uma nova e poderosa
coalizão não violenta que encaminhe os Estados Unidos rumo à realização
do sonho de Luther King", reforçou.
Os atos do Centro King, co-patrocinados pela cidade de
Atlanta e um grupo de organizações cívicas, incluem shows ao ar livre,
atividades para crianças e um filme sobre a marcha narrado pelo ator
Denzel Washington.
A exposição culminará com uma vigília na qual os
presentes depositarão velas flutuantes para iluminar a fonte cristalina
que rodeia seu túmulo em Sweet Auburn em Atlanta, onde jazem seus restos
desde 1977.
Essa cerimônia contará com a participação do presidente
Barack Obama e seus antecessores democratas, Jimmy Carter e Bill
Clinton; parentes de Luther King; líderes políticos, ativistas
comunitários de todo o país e artistas internacionais, diz a página
oficial dos atos "www.officialmlkdream50.com".
A marcha de Washington e o discurso de Luther King
ajudaram a construir o caminho para a ratificação da vigésima quarta
emenda da Constituição, que eliminou a restrição cobrada nas urnas e a
aprovação da Lei dos Direitos Civis de 1964, que proibiu a segregação
racial em todas as instituições públicas e nos lugares de emprego.
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