Racismo não é senso comum e não existe democracia racial.
Por: Alessandra de Mattos, para +Preta Gorda
A maior prova de que existe racismo no Brasil, é a quantidade de moradores de rua espalhados nas grandes metrópoles, a maioria (senão todos) pretos. Homens, mulheres, crianças, adolescentes, velhos... Todos com uma carga enorme nas costas, de descaso social e governamental.
A maior prova de que existe racismo no Brasil, é a quantidade de moradores de rua espalhados nas grandes metrópoles, a maioria (senão todos) pretos. Homens, mulheres, crianças, adolescentes, velhos... Todos com uma carga enorme nas costas, de descaso social e governamental.
Aqui no Rio de Janeiro, em especial, pode-se perceber que somos rodeados por favelas, um grande amontoados de casas de todos os tipos e formatos, em locais com nenhum saneamento básico e nenhuma infraestrutura decente para abrigar seres humanos com suas famílias.
Virou 'cult' visitar favela, né? Estrangeiros sobem o morro, para fotografar a dinâmica dos formatos e tamanhos do aglomerado de casas umas sobre as outras, sem saber (ou sabendo sim) que esta estrutura representa o lugar onde o sistema BRANCO RACISTA diz exatamente onde e como pretos e brancos devem viver.
E conviver também. Porque mesmo um preto ascendendo da favela pra 'pista', não consegue encontrar na nossa doce sociedade, o aconchego e respeito que todo cidadão necessita para viver. Sim, somos marginalizados mesmo quando enriquecemos.
O Presidente dos EUA, Barack Obama, domina uma potência, mas há quem o chame de "aquele criôlo lá". O Ministro do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, é uma das pessoas mais poderosas e influentes do Brasil. Contudo, é desmoralizado com 'piadas' racistas, charges racistas o comparando a macaco, e tem seu caráter sempre posto à prova todos os dias, sempre que possível. Os motivos são bem simples: não foi dado nunca a um preto direito de exercer poder sobre o homem branco e seu sistema. O lugar do preto, sempre foi na subalternidade, e quem ousa ultrapassar essa barreira, merece ser castigado.
Virou 'cult' visitar favela, né? Estrangeiros sobem o morro, para fotografar a dinâmica dos formatos e tamanhos do aglomerado de casas umas sobre as outras, sem saber (ou sabendo sim) que esta estrutura representa o lugar onde o sistema BRANCO RACISTA diz exatamente onde e como pretos e brancos devem viver.
E conviver também. Porque mesmo um preto ascendendo da favela pra 'pista', não consegue encontrar na nossa doce sociedade, o aconchego e respeito que todo cidadão necessita para viver. Sim, somos marginalizados mesmo quando enriquecemos.
O Presidente dos EUA, Barack Obama, domina uma potência, mas há quem o chame de "aquele criôlo lá". O Ministro do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, é uma das pessoas mais poderosas e influentes do Brasil. Contudo, é desmoralizado com 'piadas' racistas, charges racistas o comparando a macaco, e tem seu caráter sempre posto à prova todos os dias, sempre que possível. Os motivos são bem simples: não foi dado nunca a um preto direito de exercer poder sobre o homem branco e seu sistema. O lugar do preto, sempre foi na subalternidade, e quem ousa ultrapassar essa barreira, merece ser castigado.
O homem preto, tem sua integridade física e moral violentada desde que atinge os primeiros anos de idade. Não importa, necessariamente o que ele faz, ou fez. Muita das vezes não fez nada. Contudo, existe uma rede branca formada por "cidadãos de bem", que desumaniza todo e qualquer indivíduo preto, não importando se ele está ou não envolvido com a criminalidade.
Ora, pode-se dizer que entre envolvidos em criminalidades, estão os brancos e os pretos. Pois esta, se dá por desvio de conduta e não por quantidade de melanina, ao contrário do que se pensa. Trata-se de uma burrice coletiva, aceitar que um branco, engravatado, roube milhões, seja julgado, condenado (raramente) e passe a cumprir pena domiciliar, enquanto que um preto sequer vai a julgamento. É jogado numa cela com mais outros detentos, todos eles igualmente pretos e, em algumas vezes, sem ter cometido nenhum crime. Apenas por se parecer criminoso.
Será que alguns dos doutores brancos, se fossem espancados e amarrados pelo pescoço em praça pública, nus, e se fosse um preto o agressor, seria justo para com ele?
Bom, seguramente posso afirmar que não haveria a mesma conotação.
A demonstração da doença racista, de toda sociedade brasileira, é facilmente identificada pela fatia jornalística da mesma. Em especial, falamos da jornalista Raquel Sheherazade, que teve o despautério de incentivar a cultura de ódio, já estabelecida entre as pessoas e combatida freneticamente por coletivos negros espalhados pelo país.
Trata-se da visão escravocrata de alguém que nem de longe entende sobre humanismo.
A "opinião" da repórter do SBT, usando como respaldo a liberdade de expressão, foi uma nítida campanha a favor do genocídio do povo preto. Apoiar o 'esculacho' feito sobre o rapaz, o espancando, e o amarrando com um prendedor de bicicletas pelo pescoço (sim, porque houve o apoio!), foi a prova factual de que a sociedade não extinguiu de seu pensamento e de seu comportamento as idéias opressoras em relação a todos nós.
Trata-se do branco castigando o preto, punindo-o para manutenção da ordem e paz de cristãos cidadãos de bem.
Creio que não se faz necessário dizer, mas direi: não se trata do que o rapaz fez para a sociedade carioca. Não se trata do quanto ele tenha roubado. Trata-se exclusivamente de se questionar em que medidas existe a tão falaciosa democracia racial neste país. Qual o verdadeiro papel da justiça e se o povo preto de fato, encontra respaldo na mesma.
Comecei a ler esses dias "Racismo e Sociedade", do Carlos Moore, e logo no primeiro capítulo ele enfatiza o mito da democracia racial. De como o racista se estrutura utilizando desta ilusão, para que atos como este ocorrido aqui mesmo, no Flamengo-RJ, não passe de 'mero mal entendido'. A 'democracia racial existe com o intuito único de não tornar legítima qualquer denúncia contra o racismo. Ela protege o racista. Protege o sistema racista. Permite que não tenhamos representatividade nas grandes mídias televisivas, nas revistas, nos desfiles, em cargos importantes em grandes empresas, e que tudo no final das contas não passe de mero acaso.
Estratégia. E tem gente que cai.
Vamos lembrar que o caso do Amarildo foi ano passado. Não tem que ser esquecido.
Contra o genocídio do povo preto. Lutemos. 4P.
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